sexta-feira, 29 de janeiro de 2016

POR QUE OS MISSIONÁRIOS EM 1914 MUDARAM O NOME DE MISSÃO DA FÉ APOSTÓLICA PARA ASSEMBLEIA DE DEUS

Por que os Missionários Mudaram o nome de Missão da Fé Apostólica para Assembleia de Deus aqui no Brasil em 1914?
Em 1903 em Winston Charles Parham, Pastor protestante de cor branca iniciou em sua Igreja estudos bíblicos sobre escatologia e busca por momentos de consagração visto que em sua projeção escatológica o século XX estava iniciando e seria o último século da humanidade. Nessa busca pela oração e leitura da Bíblia uma criança foi curada e a noticia se espalhou atraindo milhares de crentes para essa Igreja.
Willian Seymor afro-americano filho de escravo vindo da Igreja Metodista se agregou a este movimento, porém proibido de entrar na Igreja e nas salas de estudos escatológicos por ser negro assistia do lado de fora as reuniões. Homem de grande estirpe religiosa e com vocação para liderança viu que não se encaixaria no contexto. Mudou-se para Los Angeles e visitando igrejas tradicionais tentou levar a prática de orar por curas e orações prolongadas pela busca do poder do Espirito Santo. Foi rejeitado pelos pastores, expulso das Igrejas e até pela sua cor  e seu estilo de pregação não obteve sucesso, mas não desanimou.
Seymor comprou uma casa na periferia de Los Angeles e ali começou a realizar cultos em sua casa. Lucia a primeira crente a receber o batismo com Espirito Santo se agregou a Seymor e os pobres, negros e imigrantes vinham em peso e se agregavam a eles que depois compraram um templo da Igreja Metodista na Rua Azuza, 312 e denominou a Igreja de  Missão Evangélica da Fé Apostólica. As pessoas recebiam experiências pentecostais de curas e milagres e falavam em línguas. Negros, Latinos e até Chineses da mão de obra barata se agregavam aos milhares.  Naquele País na época não existia Leis trabalhistas. O fosso entre pobres e ricos era grande e a industrialização aumentou o desemprego.
As empregadas negras levavam a experiência para dentro da casa dos brancos ricos e as mulheres brancas eram atraídas por revelação e profecias e curas de enfermidades. Essas mulheres brancas começaram a frequentar os cultos da Rua Azuza. Em represaria a mídia e a policia, representadas pela cultura racista protestante os acusavam de hereges, feiticeiros e   indecentes.  Nas Igrejas tradicionais as mulheres não podiam falar nem orar alto, nem dar opinião, muito menos votar no exercício da cidadania. Os negros, recém libertos da escravidão eram proibidos de casar com brancos, frequentar Igrejas tradicionais ou frequentar escolas ou logradouros públicos no mesmo ambiente.
Na Igreja de Seymor as mulheres brancas e negras oravam alto, falavam em línguas e profetizavam.  O que atraía milhares de pessoas a ponto de incomodar o Governo dos E.U.A. A polícia começou a prender as mulheres brancas que falavam línguas estranhas na rua, porque o templo lotava tanto que as pessoas ficavam nas ruas falando em línguas. Ai a policia prendia e proibia cantar músicas com letras evangélicas na melodia e ritmo africano. Com o crescimento, muitos crentes das Igrejas tradicionais migraram para Seymor, esvaziando as Igrejas tradicionais. Foi nesse contexto que Daniel Berg e Gunnar atraídos pelo movimento se agregaram a Seymor e depois em 1911 seguiram para o Brasil.
Os pastores brancos percebendo que estavam perdendo muitos crentes pediram para Seymor para que o mesmo abrisse congregações ligadas à Rua Azuza com o mesmo movimento para eles pastorearem. O que foi concedido no começo. Centenas de congregações foram abertas em tendas e Seymor presidia centenas delas. Mas a policia começou a ameaçar, prender, por fogo nas tendas com anuência dos pastores Presbiterianos e Batistas tradicionais naquele País. Os pastores brancos que dirigiam essas congregações começaram a trair a confiança de Seymor. E também por causa da perseguição da polícia política, Seymor  preferiu dar autonomia a todos exceto uma Igreja que ele tinha na California e havia colocado uma mulher para pastorear a irmã Floricen, pessoa de sua extrema confiança. Com essa decisão o vice de Seymor, Pastor negro Charles Maizon rompeu com Seymor e abriu a Igreja de Deus em Cristo com o mesmo movimento pentecostal em 1913. A ele se agregaram 350 pastores brancos.
Seymor ficou apenas com a sede e uma filial da California. Seymor, porém tinha cadastrado pela sua secretária Clara Nun mais de 600 mil endereços postais que contribuíam com 10 dólares por mês para ajudar enviar missionários do movimento por todo País. Ocorreu que a Secretária de Seymor era sua noiva e nesse interim ele terminou o noivado e casou-se com outra irmã de sua Igreja. A ex noiva revoltada mudou-se para California e se aliou a Floricen que pastoreava uma filial de Seymor. Levou consigo todos os endereços e começou pedir para mudar a contribuição para o endereço da Igreja na California. Assim Floricen que era de confiança rompeu com Seymor e se uniu a sua ex noiva. Isso em 1914. O veterano começou a adoecer e veio a óbito em 1922.
Em 1913, porém aquele pastor que agregou os 350 pastores de Seymor e abriu a Igreja de Deus em Cristo, foi golpeado duramente pelos brancos que sempre odiavam os negros e só respeitavam Seymor pela sua espiritualidade e liderança fora dos padrões normais. Em 2 de Dezembro de 1914 esses pastores brancos da Igreja de Deus em Cristo. Convocaram uma Assembleia Geral proibindo a presença do Presidente negro Charles Mazon e o destituíram do cargo e mudaram o nome da Igreja para Assembleia de Deus. Redigiram um regimento interno proibindo negro cultuar com branco, alegando que negros deveriam evangelizar negros e brancos deveriam evangelizar brancos. Os pastores negros poderiam usar o nome Assembleia de Deus se quisessem, mas separados daquela Convenção.

Dai que com a debilidade de Seymor e o fortalecimento do movimento pentecostal com liderança surrupiada dos negros e nome mudado para Assembleia de Deus. Os líderes desse movimento que estava varrendo os E.U.A.  se fortaleceram  e agora com o apoio dos governantes enviaram uma carta para Daniel e Gunnar recomendando que eles mudassem o nome de Missão da fé Apostólica para Assembleia de Deus. Porém, as Igrejas pentecostais que mais cresceram naquele País foram as Igrejas pentecostais lideradas pelos negros e isso até hoje.

quarta-feira, 27 de janeiro de 2016

ANALISE DA 7 AGE EM SÃO PAULO

No dia 25 de janeiro tivemos 3.150 ministros inscritos marcando presença na 7ªAGE da CGADB para reforma de Estatuto. Ocorre que mais de 4.600 estavam inscritos dos quais 1.450 não compareceram a Rua Dr Fomm, 140 nova sede do Belém. O culto de abertura foi muito espiritual abrilhantado pela orquestra e conjuntos musicais do Belém, bem como a mensagem do Pastor José Roberto de Abreu e Lima. O templo que está perto de ser inaugurado tem capacidade para seis mil pessoas e será um dos templos mais lindos da história das Assembleias de Deus no Brasil. 
A comissão de reforma tinha plena convicção de que aprovaria a chapa fechada, com exceção de dois membros que tiveram voto vencidos. Ao iniciar a sessão  e pedido de verificação de quorum o Pastor Samuel Câmara   reverberava que tinha 1.300 pastores presentes ligados a ele e contra o voto sim na chapa fechada. Para aprovar a chapa fechada era necessário 2.100 votos dos presentes, o que em tese o belém não tinha. Os membros da comissão jurídica ao perceberem que não passava pediram arrego e aceitaram o consenso de abrir mão da chapa fechada. Samuel Câmara, porém fazia questão que tudo fosse para votação com o fim de transparecer derrota para o Belém.
Os blogueiros da Assembleia de Deus levaram o tema da chapa fechada a baila cinco dias antes da AGE. Teve blog com mais de cinco mil acessos na discussão do que era realmente a chapa fechada, já que que em São Paulo era pedido o voto sim para chapa fechada, sem explicar pormenorizadamente o que era a chapa fechada. O Ministério de Belo Horizonte apoia o candidato Pastor Duéliton, porém contra a chapa fechada em razão de disputas regionais. Bahia na sua maioria apoia o candidato Duéliton, porém, contra chapa fechada em razão de disputas internas. Roraima contra chapa fechada. Ceará na sua maioria apoia Duéliton, mas contra chapa fechada em razão de disputas estaduais. Ceader apoia Duéliton para Presidente na eleição do ano que vem, mas orientou os convencionais a votar pelo não na chapa fechada. COMADESP idem. Mesmo que  Samuel Câmara não conseguisse a presença dos 1.300. A chapa fechada fracassaria já que a metade dos pastores de São Paulo votaria contra. Centenas de pastores me diziam em plenário: li sua publicação e penso a mesma coisa. 
O Belém apesar de não ter conseguido o intento, não deve se lamentar. A chapa aberta beneficia muito mais o Pastor Duéliton do que o Samuel Câmara em razão de conflitos regionais de apoiantes. 
Agora o voto na internet me assustou. A maioria dos antigos não sabem lidar com internet. Chamarão os netos para votar. Como dizia meu avô: com moleque nem o Diabo pode. O voto pela internet é um procedimento seguro, porém seu resultado pode ser desastroso. 
Continuo afirmando que se a eleição fosse hoje, o Pastor Duéliton se elegeria. Se o quadro não mudar e os dois candidatos continuarem trabalhando o Duéliton ainda tem mais chance. Exceto algum acidente de percurso. 
Os gastos da eleição vão diminuir, mas nem tanto, pois muitos presidentes dirão: tem que pagar a anuidade atrasada e a inscrição dos meus pastores que querem votar. A preocupação agora será por anuidade em dia e mobilizar cada presidente regional com a pergunta: quantos pastores você vai inscrever para votar em mim. Se deixar para última hora como temos visto já era.