Por que os Missionários Mudaram o
nome de Missão da Fé Apostólica para Assembleia de Deus aqui no Brasil em 1914?
Em 1903 em Winston Charles Parham,
Pastor protestante de cor branca iniciou em sua Igreja estudos bíblicos sobre
escatologia e busca por momentos de consagração visto que em sua projeção
escatológica o século XX estava iniciando e seria o último século da
humanidade. Nessa busca pela oração e leitura da Bíblia uma criança foi curada
e a noticia se espalhou atraindo milhares de crentes para essa Igreja.
Willian Seymor afro-americano filho
de escravo vindo da Igreja Metodista se agregou a este movimento, porém
proibido de entrar na Igreja e nas salas de estudos escatológicos por ser negro
assistia do lado de fora as reuniões. Homem de grande estirpe religiosa e com
vocação para liderança viu que não se encaixaria no contexto. Mudou-se para Los
Angeles e visitando igrejas tradicionais tentou levar a prática de orar por
curas e orações prolongadas pela busca do poder do Espirito Santo. Foi
rejeitado pelos pastores, expulso das Igrejas e até pela sua cor e seu estilo de pregação não obteve sucesso,
mas não desanimou.
Seymor comprou uma casa na periferia
de Los Angeles e ali começou a realizar cultos em sua casa. Lucia a primeira
crente a receber o batismo com Espirito Santo se agregou a Seymor e os pobres,
negros e imigrantes vinham em peso e se agregavam a eles que depois compraram
um templo da Igreja Metodista na Rua Azuza, 312 e denominou a Igreja de Missão Evangélica da Fé Apostólica. As pessoas
recebiam experiências pentecostais de curas e milagres e falavam em línguas.
Negros, Latinos e até Chineses da mão de obra barata se agregavam aos milhares. Naquele País na época não existia Leis
trabalhistas. O fosso entre pobres e ricos era grande e a industrialização
aumentou o desemprego.
As empregadas negras levavam a
experiência para dentro da casa dos brancos ricos e as mulheres brancas eram atraídas
por revelação e profecias e curas de enfermidades. Essas mulheres brancas
começaram a frequentar os cultos da Rua Azuza. Em represaria a mídia e a
policia, representadas pela cultura racista protestante os acusavam de hereges,
feiticeiros e indecentes. Nas Igrejas tradicionais as mulheres não
podiam falar nem orar alto, nem dar opinião, muito menos votar no exercício da
cidadania. Os negros, recém libertos da escravidão eram proibidos de casar com
brancos, frequentar Igrejas tradicionais ou frequentar escolas ou logradouros
públicos no mesmo ambiente.
Na Igreja de Seymor as mulheres
brancas e negras oravam alto, falavam em línguas e profetizavam. O que atraía milhares de pessoas a ponto de
incomodar o Governo dos E.U.A. A polícia começou a prender as mulheres brancas
que falavam línguas estranhas na rua, porque o templo lotava tanto que as
pessoas ficavam nas ruas falando em línguas. Ai a policia prendia e proibia
cantar músicas com letras evangélicas na melodia e ritmo africano. Com o
crescimento, muitos crentes das Igrejas tradicionais migraram para Seymor,
esvaziando as Igrejas tradicionais. Foi nesse contexto que Daniel Berg e Gunnar
atraídos pelo movimento se agregaram a Seymor e depois em 1911 seguiram para o
Brasil.
Os pastores brancos percebendo
que estavam perdendo muitos crentes pediram para Seymor para que o mesmo
abrisse congregações ligadas à Rua Azuza com o mesmo movimento para eles
pastorearem. O que foi concedido no começo. Centenas de congregações foram
abertas em tendas e Seymor presidia centenas delas. Mas a policia começou a
ameaçar, prender, por fogo nas tendas com anuência dos pastores Presbiterianos
e Batistas tradicionais naquele País. Os pastores brancos que dirigiam essas
congregações começaram a trair a confiança de Seymor. E também por causa da
perseguição da polícia política, Seymor
preferiu dar autonomia a todos exceto uma Igreja que ele tinha na
California e havia colocado uma mulher para pastorear a irmã Floricen, pessoa
de sua extrema confiança. Com essa decisão o vice de Seymor, Pastor negro
Charles Maizon rompeu com Seymor e abriu a Igreja de Deus em Cristo com o mesmo
movimento pentecostal em 1913. A ele se agregaram 350 pastores brancos.
Seymor ficou apenas com a sede e
uma filial da California. Seymor, porém tinha cadastrado pela sua secretária
Clara Nun mais de 600 mil endereços postais que contribuíam com 10 dólares por
mês para ajudar enviar missionários do movimento por todo País. Ocorreu que a
Secretária de Seymor era sua noiva e nesse interim ele terminou o noivado e
casou-se com outra irmã de sua Igreja. A ex noiva revoltada mudou-se para
California e se aliou a Floricen que pastoreava uma filial de Seymor. Levou consigo
todos os endereços e começou pedir para mudar a contribuição para o endereço da
Igreja na California. Assim Floricen que era de confiança rompeu com Seymor e
se uniu a sua ex noiva. Isso em 1914. O veterano começou a adoecer e veio a
óbito em 1922.
Em 1913, porém aquele pastor que
agregou os 350 pastores de Seymor e abriu a Igreja de Deus em Cristo, foi
golpeado duramente pelos brancos que sempre odiavam os negros e só respeitavam
Seymor pela sua espiritualidade e liderança fora dos padrões normais. Em 2 de
Dezembro de 1914 esses pastores brancos da Igreja de Deus em Cristo. Convocaram
uma Assembleia Geral proibindo a presença do Presidente negro Charles Mazon e o
destituíram do cargo e mudaram o nome da Igreja para Assembleia de Deus.
Redigiram um regimento interno proibindo negro cultuar com branco, alegando que
negros deveriam evangelizar negros e brancos deveriam evangelizar brancos. Os
pastores negros poderiam usar o nome Assembleia de Deus se quisessem, mas
separados daquela Convenção.
Dai que com a debilidade de
Seymor e o fortalecimento do movimento pentecostal com liderança surrupiada dos
negros e nome mudado para Assembleia de Deus. Os líderes desse movimento que
estava varrendo os E.U.A. se fortaleceram
e agora com o apoio dos governantes enviaram
uma carta para Daniel e Gunnar recomendando que eles mudassem o nome de Missão
da fé Apostólica para Assembleia de Deus. Porém, as Igrejas pentecostais que
mais cresceram naquele País foram as Igrejas pentecostais lideradas pelos
negros e isso até hoje.
Negros americanos eram perseguidos por pastores nos EUA
ResponderExcluirDiz se até que o autor da Bíblia de Darke era o presidente do
Excluirgrupo separatista brancos americanos que perseguem e matam negros murmuravam
Negros americanos eram perseguidos por pastores nos EUA
ResponderExcluirMUITO EDIFICANTE ESTA HISTÓRIA.
ResponderExcluirNão sabia dessa história, parabéns pela informação.
ResponderExcluirNão sabia dessa história, tudo começou com um humilde negro e como sempre foi traído por pessoas de sua confiança.
ResponderExcluirEssa verdade, poucos sabem.
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