Este blog não é apologético, nem pretende ser. A teologia é uma junção da dialética de platão com o verbo vivo de Deus-Jesus. Jesus não fez apologética, deixou isso para os Farizeus e Saduceus. Jesus interagiu com seus alunos não só mostrando o caminho, mas fazendo deles cientistas.A dialética era a tônica de sua doutrina tanto na forma como no conteúdo.
quinta-feira, 28 de julho de 2011
Por que sofremos
O sofrimento é parte integrante da vida do ser humano, por isso todos sofrem. O sofrimento é intenso e doloroso quando perdemos pessoas que amamos. Sofremos intensamente quando sentimos dor física, seja de parto, de rim ou de coluna. No entanto, a dor do sofrimento tem sido muito mais dramática e intensa na vida de alguns, enquanto de outros, nem tanto. Isso ocorre quando encaramos o sofrimento por vários ângulos. Ou seja, não é tanto a tragédia em si que nos faz sofrer, mas a forma que encaramos a tragédia. Nos países de cultura religiosa, cuja crença sedimenta-se na premissa de que não há vida pós-morte, a morte passa a ser encarada com mais dramaticidade e frustração do que nos países em que se crê que após a morte irão rever seus entes queridos. Quando perdemos bens materiais também sofremos intensamente, há pessoas que até suicidam, mas esse sofrimento pode ser minorado e muito por pessoas que não valorizam bens materiais. A filosofia oriental budista propõe que o segredo da felicidade está na supressão dos desejos. Ou seja, se eu perder um bem, mas não perder a saúde e a vida, é como se nada tivesse perdido. Se alguém está acostumado comer em tigela ou travessa, o dia que precisar comer de pires, será como se o mundo tivesse desabando. Os que exercitam essa supressão do desejo, ou seja, aqueles que são comedidos e abstêmios encaram a perca com pouca intensidade, portanto sofrem menos. O ilusionismo, crença da filosofia budista, propõe que tudo que é belo é ilusão, ou seja, se é ilusão, o dia que as pessoas que acreditam nisso perderem seus bens, encararão a perca das coisas belas com menos intensidade do que os materialistas. O ascetismo, crença segundo a qual o ser humano deve abrir mão de bens materiais para ser feliz, está enraizado em quase todas as culturas religiosas. João Batista era asceta no sentido mais lato da palavra, ele seguia uma rigorosa dieta alimentar da tradição judaica, vestia uma roupa ultrapassada para sua época e pregava contra o descontrole dos desejos sexuais. Jesus foi analisado por muitos estudiosos como adepto da filosofia sínica, teoria segundo a qual, o desprendimento dos bens materiais redundava em alto valor moral e religioso. No entanto, não obstante o mestre Jesus ter ensinado a abstinência, jamais usou isso para demonstrar valor moral e religioso, o que muitos faziam ao dar grandes quantias de esmolas. Certa vez Diógenes que era filosofo sínico, ao chegar na casa de Platão, fez a seguinte pergunta: posso pisar com meus pés sujos e pobres na sua vaidade, se referindo ao tapete vermelho de Platão, Platão retrucou: pode limpar sua vaidade na minha vaidade. Com isso aprendemos que usar a abstinência para tirar proveito religioso não é salutar, mas aprender com Jesus a viver uma vida feliz aqui na terra é salutar e vale a pena. Jesus disse que o ser humano vale mais do que todo o universo cósmico. Ele disse que a vida de um homem ou mulher não se resume nos bens que possui. Ele ensinou investir no ser humano ao invés de acumular riquezas. Ele ensinou a Paulo que nos ensinou, que nada trouxemos para este mundo quando fomos paridos, e nada levaremos daqui quando partirmos para a eternidade. Ele ensinou-nos a entrar em acordo na ante-sala dos tribunais de Justiça. Ele ensinou-nos a rever nossos conceitos para não persistirmos nos erros. Ele ensinou-nos a refletirmos antes de tomar atitudes precipitadas. Portanto, o discipulado de Jesus pode ser um caminho bastante sadio para encarar o sofrimento. Quando sofremos e nos culpamos por isso, o sofrimento se torna muito maior, mas quando nos perdoamos, e pedimos perdão, o sofrimento pode ser minorado. Quando fazemos tempestade em copo dágua, além de sofrermos, fazemos outros sofrerem. Quando somos mesquinhos ao levantarmos questões menores em detrimento das maiores, atraímos um baixo-astral ao nosso redor que gera sofrimento. Quando invejamos ou desejamos o mal, nos apequenamos, nos machucamos e sofremos. Mas quando encaramos as coisas com serenidade, quando perdoamos, quando nos calamos na hora certa e falamos na hora exata, as coisas vão se encaixando, o tempo vai passando, aquilo que encarávamos como mal, passa a redundar em bem, aquilo que era obscuro, logo vem a lume. O que era mau, passa a se comportar como bom. O sofrimento realmente existe, mas saber encará-lo pode amortecer a dor em 80%(oitenta por cento).Há um fato que deixamos passar desapercebidos, é que as coisas que nos inquietam ou que nos faz sofrer, marcam com mais intensidade do que as coisas prazerosas. Por exemplo, se uma pessoa é acometida de uma enfermidade por quinze dias, durante esse percurso ficará a impressão de que o tempo não passou rapidamente. Já, quando essa pessoa goza de perfeita saúde ficará a impressão de que o tempo passou rapidamente. Essa mesma pessoa ficará marcada pelos quinze dias de dor, mas esquecerá que durante outros 350 dias do ano, gozou de perfeita saúde. Uma laranja possui em média 3% do seu conteúdo de sementes, o descuido na hora de chupar a laranja poderá nos causar um desconforto irreparável, provocando até a morte por asfixia em decorrência de uma semente atravessada na garganta. Esquecemos que Deus nos proporcionou as coisas boas da vida para ser desfrutadas, mas também nos ensinou a desviarmos das coisas más. A Bíblia diz : todo dom perfeito vem do Pai da luzes, em quem não há mudança e nem sombra de variação. A vida é boa, não obstante, os obstáculos que surgem diante de nós. Esse desafio de encararmos os maiores problemas e resolve-los só irá nos fazer crescer em graça e amadurecimento cristão.
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