RACISMO
O racismo é a tendência do pensamento, ou o modo de pensar, em que se dá grande
importância à noção da existência de raças humanas distintas e superiores umas às outras, normalmente
relacionando características físicas hereditárias a determinados traços de caráter e inteligência ou manifestações culturais. O racismo
não é uma teoria científica, mas um
conjunto de opiniões pré-concebidas que valorizam as diferenças biológicas entre os seres humanos, atribuindo superioridade a alguns de acordo com a
matriz racial.
A crença da existência de raças
superiores e inferiores, foi utilizada muitas vezes para justificar a escravidão, o domínio de determinados povos por outros, e os genocídios que ocorreram durante toda a história da humanidade e ao complexo de inferioridade, se sentindo, muitos povos, como inferiores aos europeus.
Ao longo dos anos o conceito de
superioridade ou inferioridade de raças decorreu de interesses econômicos e
dominação e subjugação de classes sociais. Inclusive a Igreja medieval através
de sanções e bulas papais fomentou o racismo na maioria das culturas
influenciadas por ela. Textos isolados da bíblia foram usados por teólogos
católicos e protestantes para corroborar teses de apologia escravagista. No
antigo Testamento, porém, o escravo tinha que ser alforriado no 7º ano. O
escravo não podia ser maltratado, bem diferente do que se fez nos quatrocentos
anos de escravidão entre a idade medieval e moderna. O Papa no século XVI fez
uma bula dogmática em que dizia: é pecado escravizar índios, não é pecado
escravizar negros. A partir daí as corporações escravagistas investiram pesado
no comércio de escravos com seus navios que buscavam da África para vender na
Europa e America. Os protestantes por
sua vez foram os maiores compradores de escravos e perpetuaram a crença de que
realmente os negros eram uma raça inferior e amaldiçoada. Os escravos eram
impedidos de entrar nos templos nos E.U.A. Eles tinham que ficar do lado de
fora da Igreja. Daí que aqueles escravos que se convertiam ao protestantismo se
organizaram e pediram permissão dos senhores para cultuar separadamente. Os
negros passaram a ter suas Igrejas e suas convenções de pastores separados,
assim como escolas e Universidades separados dos brancos. Foi convencionado
naquele país que os negros eram sub-raça e não podiam entrar em restaurantes de
brancos, mesmo após a abolição da escravatura. A mobilização pacífica do pastor
Martin Luther King na década e sessenta, a guerrilha do ativista Malcon X e a
teologia negra do Pastor James Cony tiveram repercussão decisiva no processo de
supressão da segregação racial naquele país. Malcon X declarava: eu não quero
um Jesus loiro que odeia negros como acontece neste país, vamos nos converter
ao Islamismo. Malcon com seu ativismo revolucionário mobilizou 1 milhão de
negros, dentre os quais o boxeador Mohame Dali, que após sua adesão ao
movimento e sua conversão ao Islamismo foi perseguido e perdeu até um cinturão
de campeonato mundial, mas resistiu e não se dobrou para política de
segregação. O Pr. King por sua vez pregava o ativismo pacífico de mobilização,
principalmente o de boicotar o transporte de ônibus. Naquele país os negros não
podiam assentar na frente do ônibus e se um branco ficasse de pé no ônibus
tinha que se levantar para o branco. O Pastor batista Martin Luther King
afirmava: isso é injusto, somos maioria nesta região, nós que pagamos a
passagem. A partir de hoje os negros não pegam ônibus, vamos a pé, de bicicleta
ou de carona com negros. Os negros começaram a andar a pé, de bicicleta ou de
carona. Os donos de empresas de ônibus que bancavam campanhas políticas em
Montegomery(Alabama) começaram a reclamar com os políticos e foi desencadeado
uma perseguição aos negros que andavam de carona ou de taxi, ou de bicicleta.O
boicote durou um ano com represaria e prisões que provocaram atenção da mídia
nacional e internacional, o que levou a uma decisão judicial suprimindo a
segregação nos ônibus do Alabama.
King mobilizou mais de 1 milhão de negros contra a segregação, foi
assassinado, mas sua morte trouxe o fim da segregação naquele país. Em apoio a
King e para contrapor ao radicalismo de Malcon X, o Pastor James Cony escreveu
uma tese de doutorado que foi amplamente divulgada nos templos negros em que
Jesus seria negro, já que não existe judeu loiro. E partindo da premissa que os
loiros daquele país não aceitavam morenos por entender que quem não é loiro é
negro, logo Jesus seria negro. Daí que surgiu a teologia negra de libertação
aos oprimidos daquele país. A lição que podemos tirar desses fatos históricos é
que o evangelho do Senhor Jesus é um evangelho de libertação, pois no sermão do
monte os excluídos são bem aventurados, os injustiçados, os perseguidos. O sermão
do monte é um grito de protesto contra toda injustiça e exclusão, seja social, racial
ou econômica. O evangelho é para todos. Não existe raça, cor sexo, posição. O evangelho
perpassa tudo isso. O evangelho inclui, não exclui, o evangelho é o poder de Deus
para salvação de todos aqueles que se chegam a Deus por meio de nosso Senhor Jesus
Cristo.
Pr. Jesiel Padilha de Siqueira
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